Os livros de papel ainda não morreram, mas esse futuro não deve estar longe se depender dos leitores digitais Kindle, Lev e Kobo. Feitos para reunir uma biblioteca no bolso e não cansar os olhos ao ler graças à tecnologia E-Ink na tela, esses dispositivos vêm ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Os três já podem ser comprados por aqui e têm preço bastante similar. Se você está pensando em adquirir um, veja antes o comparativo que preparamos e descubra qual deles tem o melhor custo-benefício.
Veja comparativo entre os e-readers disponíveis no Brasil e descubra qual o melhor (Foto: Reprodução/Paulo Alves) |
Design: Empate
Leitores de livros digitais são feitos pensando no conteúdo, por isso seu design costuma ser discreto. É o que se pode ver ao comparar Kindle, Lev e Kobo, dispositivos confortáveis de carregar por pesarem menos de 200 g e trazerem corpo compacto. Entre eles, o menor é o Kobo, cuja versão mais robusta Kobo Aura mede somente 8 mm de espessura. Kindle e Lev são ligeiramente mais espessos, com 10,2 mm e 9 mm, respectivamente.
Kindle 7 geração (Foto: Divulgação) |
Os três modelos trazem acabamento em plástico com um material texturizado na parte traseira, que facilita o carregamento com uma só mão. O Kobo é o que mais se diferencia nesse quesito por ser um pouco mais estofado atrás, entretanto, no final, não chega a fazer nenhuma diferença significativa para o usuário.
O Lev é o único que traz um botão físico na parte frontal, destinado à abertura do menu na tela inicial ou ao ler um livro. Ao usar o Kobo e o Kindle, essa tarefa é feita tocando na parte superior da tela touch, que exibe um menu virtual.
Hardware e Desempenho: Kindle
O Lev é o único que traz um botão físico na parte frontal, destinado à abertura do menu na tela inicial ou ao ler um livro. Ao usar o Kobo e o Kindle, essa tarefa é feita tocando na parte superior da tela touch, que exibe um menu virtual.
Hardware e Desempenho: Kindle
Com a chegada do Novo Kindle, agora já não há modelos de e-reader sem tela sensível ao toque à venda no Brasil. Tanto o Kobo Touch quanto o Lev já ofereciam o recurso, que agora também é visto em todas as versões do dispositivo da Amazon. Mas, a experiência de uso não chega a ser a mesma entre eles.
Tela do Kindle é a mais que oferece mais precisão para marcar texto e criar notas (Foto: Divulgação) |
O Kobo tem certa dificuldade em identificar com eficácia os toques do
usuário, que pode ter problemas ao marcar textos e fazer anotações. O
Lev não chega a ter esse defeito, mas não acompanha a precisão oferecida
pelo Kindle: nele, todos os comandos são aceitos mais rapidamente, o
que significa mais conforto e fluidez na usabilidade.
O e-reader da Amazon também é o mais eficiente na rapidez de
transição de telas, apresentando um desempenho geral levemente superior
aos concorrentes. A diferença é pequena, porém perceptível, mas não deve
ser o principal fator de compra nesse caso.
Em termos de
hardware, o mais importante a ser considerado é a qualidade da tela, em
que há um empate técnico se considerarmos que as três marcas têm modelos
com display de 6 polegadas e versões com 758 x 1024 pixels de resolução
(Kindle PaperWhite, Kobo Aura
e Lev). Há, ainda, versões mais modestas do Kobo e do Kindle, ambos com
telas de 800 x 600 pixels de resolução, e o Kobo Aura, o único e-reader
Full HD.
Armazenamento: Kobo e Lev
Esse
é um quesito em que Kobo e Lev trazem larga vantagem sobre o Kindle.
Isso porque os dois possuem entrada para cartão SD, permitindo ao
usuário expandir a memória do e-reader quando necessário. Quem compra o
Kindle, portanto, fica limitado aos 4 GB internos, embora esse espaço
seja suficiente para armazenar até 2 mil livros.
Kobo Aura armazena até 30 mil livros (Foto: Luciana Maline/Techtudo) |
A dica, portanto, vale mais para quem pretende ler quadrinhos ou
arquivos em PDF pesados e com muitas imagens. Se você for um leitor
comum de textos, a presença da entrada para cartão de memória é
indiferente.
Biblioteca: Kindle e Lev
O
Lev sai na frente na quantidade de títulos em português
disponibilizados pela Livraria Saraiva, deixando o Kindle em segundo
lugar e o Kobo, da Livraria Cultura,
em terceiro. Mas, se você considerar livros em inglês e outras línguas,
além de obras que só foram lançadas em meio digital, não há dúvida: a
Amazon é muito maior do que Saraiva e Cultura juntas.
Lev, da Saraiva, tem à disposição o maior catálogo de livros em português (Foto: Divulgação) |
Se você pretende adquirir livros de fontes externas, o Kobo
certamente é a melhor escolha. Ele é o que aceita mais formatos de
e-books, incluindo o popular ePub, tornando-o ideal para rodar conteúdo
baixado da Internet nesse formato e transferir para o Kobo via cabo USB.
O Kindle faz o mesmo, mas somente para o formato MOBI, obrigando o
usuário a converter e-books em ePub para essa extensão antes de ler. Veja como fazer o procedimento.
Já
o Lev é o mais recomendado para estudantes que precisam ler muitos
arquivos em PDF. Ele é o único dos três com Reflow, recurso que
rearranja o texto na tela para facilitar o redimensionamento de fonte e
tornar a leitura de PDFs confortável – Kindle e Kobo trabalham com o PDF
puro, exigindo que a tela seja movida para os lados ao dar um zoom no
texto.
Interface: Kobo
O Kobo é, certamente, o
que apresenta a melhor interface do usuário entre os três. Ela apresenta
o equilíbrio certo entre organização e atratividade visual, com
conteúdo arranjado de forma gráfica na tela em “Prateleiras”. Tanto
Kindle quanto Lev são mais simples, exibindo livros em listas, sendo o
dispositivo da Amazon o único que permite criar coleções.
Interface do Kobo é a mais bem organizada dos três (Foto: Divulgação) |
O Lev é o mais complicado de usar na hora de usar recursos que ajudam
na leitura. Para fazer uma anotação, por exemplo, são necessários
muitos passos até que se digite o texto, enquanto no Kindle essa tarefa é
extremamente simples. O Kobo seria bom nesse ponto se a sensibilidade
baixa da tela não prejudicasse a precisão da marcação do texto e da
digitação no teclado virtual.
Bateria: Empate
Os
três e-readers apresentam desempenho de bateria bastante similar. Há
variações entre os modelos de cada marca, mas, se considerarmos os
melhores de cada, é possível ler cerca de duas horas por dia por um mês
antes de a bateria acabar. No geral, a experiência que se tem é de
realmente esquecer de carregá-los, dada a diferença brutal de desempenho
energético em comparação com smartphones e tablets.
Preço e disponibilidade: Empate
É
possível comprar qualquer um dos três dispositivos pelo mesmo valor se
considerarmos os modelos mais simples: R$ 299 pelo Kobo Touch, Novo
Kindle ou Lev. O preço sobe um pouco para os modelos com iluminação,
sendo o Lev Com Luz o mais barato, vendido por R$ 399. Kobo Glo e Kindle
PaperWhite custam ambos R$ 479. A Kobo tem ainda o Aura, vendido a R$
659; e a Amazon tem o Kindle PaperWhite 3G, com conexão de dados
gratuita, comercializado por R$ 699. Todos podem ser adquiridos nos
sites oficiais de Saraiva, Cultura e Amazon, ou em varejistas como Extra
e Ponto Frio no caso do Kindle.
Lev (Foto: Reprodução/ Anna Kellen Bull) |
Conclusão
Após a análise, verificamos que
o Kindle faz jus à fama que tem e entrega talvez o melhor pacote entre
os três e-readers disponíveis no Brasil. Em termos de ecossistema, ele
leva larga vantagem devido ao tamanho da Amazon e à dimensão do seu
acervo em todas as línguas.
Mas, como todo produto, ele não
agrada a todos. Se você quiser mais liberdade e independência do
Calibre, software de conversão de e-books, o Kobo talvez seja sua melhor
escolha. Do mesmo modo, o Lev apela mais aos consumidores que só leem
em português ou precisam de um dispositivo que rode PDF com perfeição.
Autor: Paulo Alves
Fonte: TechTudo
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